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Somos de um tempo de ida, de conquista de espaço, de abertura de mente. Mas é fato que a maturidade chega de mansinho num tempo de volta, volta à verdade bíblica, volta à verdadeira feminilidade que retorna pra casa, onde se formam os valores e as virtudes.

Que possamos ter uma boa viagem!

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A mão poderosa da providência de Deus.
Ester 4.1-17

Por: Rev. Francisco Macena da Costa.

O livro de Ester é comumente conhecido entre o povo de Deus como o único livro que não possui o registro do nome de Deus, e sequer alguns de seus versos é citado no Novo Testamento. Por conta disso, alguns estudiosos questionaram sua inclusão no Canon da bíblia, de forma absolutamente errônea, diga-se de passagem. Como bem disse Charles R. Swindoll, comentando o livro de Ester: “A mão invisível, onisciente de Deus está operando está operando por trás das cortinas, oculta aos olhos humanos”.

Sendo, assim, o livro de Ester, ainda que não cite o nome de Deus, possui uma mensagem altamente relevante e necessária em nossos dias, a saber: o testemunho da poderosa operação da mão providente do Senhor moldando e guiando nossas vidas. Em cada cena descrita no livro, podemos afirmar que a mensagem do livro de Ester oferece o testemunho da mão poderosa de “Deus, o grande Criador de todas as coisas, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as coisas, das maiores até as menores, por meio de sua sapientíssima e santa providência, segundo sua infalível presciência, e o livre e imutável conselho de sua própria vontade, para o louvor da glória de sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia”.  

Destarte, nessa ora de culto, com a graça de Jesus, queremos expor os caminhos da providência de Deus através das singelas e basilares aplicações do livro de Ester.


 
                         I.                Deus em sua providência nos conduz por caminhos adversos. (1-3)

Primeiramente, o livro de Ester nos revela que Deus em sua providência conduz o seu povo por caminhos adversos. Para entendermos a natureza avessa dos tempos de Ester, precisamos recorrer ao contexto dado no próprio livro, onde efetivamente toda a história foi vivida. Aqueles eram os dias do reinado de Artaxerxes I (465-424 a.C). Naquele tempo, a memória do cativeiro e o seu significado profético de castigo ainda latejavam na mente dos filhos daqueles que foram os primeiros exilados. Embora Ester e Mordecai não fossem da geração daqueles procuraram o auto-exílio, é certo dizer que eles foram educados numa ambiência de disciplina. No caso Ester e Mordecai necessariamente a aflição não era uma disciplina, mas uma provação da fidelidade.

Aqueles também foram dias marcados por muitas transformações e quebras de paradigmas. Um exemplo destas transformações pode ser visto, quando o texto diz que a rainha Vasti desobecedeu seu marido e rei frontalmente. A festa dos persas era regada a muito vinho e mulheres celebravam num lugar separado – afinal o que uma mulher da alta corte fará em meio a homens bêbados? O fato é que Vasti desagradou o rei e tal ato acendeu um escândalo na corte e ocasionou a queda da rainha, bem como a criação de um decreto que dizia: "que cada homem fosse senhor em sua casa, e que se falasse a língua do seu povo." (Ester 1:22, RA)

O rei (depois que passou o efeito do vinho) por sua vez ficou com a autoridade reconstruída após destronar Vasti, contudo sua vida conjugal estava despedaçada. Daquele dia em diante, o rei partiu para uma batalha contra a Grécia, que resultou numa grande derrota. Naquela hora o rei sentiu falta de sua esposa – afinal um homem de lutas também precisava de afagos. Percebendo o vazio que ficou na vida do rei, um de seus altos assessores lhe deu um conselho: "Tragam-se moças para o rei, virgens de boa aparência e formosura. Ponha o rei comissários em todas as províncias do seu reino, que reúnam todas as moças virgens, de boa aparência e formosura, na cidadela de Susã, na casa das mulheres, sob as vistas de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres, e dêem-se-lhes os seus ungüentos. A moça que cair no agrado do rei, essa reine em lugar de Vasti. Com isto concordou o rei, e assim se fez." (Ester 2:2-4, RA)

Posto em prática o plano, a busca por um bela rainha chegou na cidadela de Susã. Naquela cidadela havia uma judia chamada Ester que se tornara órfã, cujo pai adotivo se chamava Mordecai. Ela foi levada pelos assessores do rei para o concurso. A partir daquele momento a dura vida daquela exilada começou a mudar. Alguém poderia até dizer que ela ganhou uma oportunidade de ouro, afinal conseguira sair da sarjeta para os palácios.

Ester saiu da pobreza para o mais alto palácio da Pérsia, mas isto não mudou o seu coração como serva de Deus, tanto que, mesmo gozando das benesses da alta sociedade, ela continuou generosa e obediente a autoridade de seu pai.

O texto também nos diz que a dinâmica do poder pelo poder, despertou a ambição de alguns Eunucos, que de uma maneira fria e calculista, conspiraram a morte do rei. Mordecai ficou sabendo de toda a trama e delatou os eunucos para o rei, que prontamente tomou as rédeas da situação. Diz-nos o texto que: "Investigou-se o caso, e era fato; e ambos foram pendurados numa forca. Isso foi escrito no Livro das Crônicas, perante o rei." (Ester 2:23, RA)

Tudo estava indo bem. Todavia o rumo da história mudou radicalmente. As coisas começaram a mudar quando o rei decidiu nomear um tal Hamã como seu primeiro ministro. Este homem era muito ambicioso, astuto, egoísta e extremamente orgulhoso. O rei quando o elevou ao cargo de primeiro ministro ordenou que todos se ajoelhassem diante do agagita. Porém Mordecai, tomado de zelo pelo seu Deus, não o fez. O ato de desobediência de Mordecai correu pelos quatro cantos do império e acendeu a ira de Hamã. Imediatamente o agagita correu para a presença do rei e disse:

"Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei; pelo que não convém ao rei tolerá-lo. Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos, e, nas próprias mãos dos que executarem a obra, eu pesarei dez mil talentos de prata para que entrem nos tesouros do rei. Então, o rei tirou da mão o seu anel, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus, e lhe disse: Essa prata seja tua, como também esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado." (Ester 3:8-11, RA)

Depois daquele momento, simultaneamente foi proclamado e traduzido para várias línguas um decreto infausto para os judeus. E assim vemos que Deus em sua providência estava conduzindo aquele povo por caminhos de aflição e de angustia. Às vezes sofremos porque Deus quer nos disciplinar, e às vezes sofremos porque Deus deseja provar nossa piedade. O Senhor soberanamente envia aflições para disciplinar nossas vidas, para corrigir nossa rota, afim que aprendamos a andar segundo a Sua vontade. Deus impõe aflições para provar nosso caráter – não porque ele precise saber de nós – mas para que em nosso coração sejam feitas correções para o nosso bem.

Deus permite o sofrimento em nossas vidas para educar nossa vida em um caminho de sabedoria e prudência.

Assim nos diz a Escritura:


"Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes." (Tiago 1:2-4, RA)

"Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça." (Hebreus 12:11, RA)

"Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar." (1 Coríntios 10:13, RA)


Veja ainda que:

                      II.                Deus em sua providência nos conduz por um caminho onde somos instrumentos de propósitos nobres. (4)

Em segundo lugar, notamos que a mensagem de Ester revela que Deus em sua providência nos conduz por um caminho onde somos instrumentos de propósitos nobres. Veja que mesmo encastelada no palácio do rei, Ester nada sabia, porém em todo o reino se fazia conhecido o clamor e agonia do povo judeu. De boca em boca corria o drama do povo da aliança, até que através de uma de suas servas, a rainha Ester tomou conhecimento da crise. O que fazer nessa hora onde mundo vira de cabeça para baixo? O que fazer quando uma tempestade muda todas as coisas de lugar? O que fazer naquelas horas sombrias quando a existência sua face mais aterradora?

Naquela hora difícil Ester e Mordecai demonstraram através de suas vidas como ser instrumentos de propósitos nobres em meio a uma sociedade decadente, a saber:

Ø A rainha Ester naquele mundo de ódio demonstrou compaixão para com os outros.

"Então, vieram as servas de Ester e os eunucos e fizeram-na saber, com o que a rainha muito se doeu; e mandou roupas para vestir a Mordecai e tirar-lhe o pano de saco; porém ele não as aceitou." (Ester 4:4, RA)

Apesar de todo ódio, obscurantismo e beligerância que de maneira contumaz teimava em se impor, a rainha Ester age pela compaixão para com os outros. Ela se doeu – no caso a voz reflexiva[1] (Hitpael) tem função declarativa e identificadora de uma condição da alma, logo o texto diz que Ester sentiu muita dor, e não somente isto, ela também sofreu o resultado daquela tristeza. Logo a melhor tradução seria: A rainha se doeu muitíssimo.

Ø A rainha Ester naquele mundo de ganâncias manifestas demonstrou fraternidade.

"Então, Ester chamou a Hataque, um dos eunucos do rei, que este lhe dera para a servir, e lhe ordenou que fosse a Mordecai para saber que era aquilo e o seu motivo." (Ester 4:5, RA)

Circunstancialmente, Ester estava vivendo como uma rainha, gozando de todas as benesses que status lhe conferia. Ester mudou de vida, mas não mudou o seu caráter. Ela não esqueceu os laços de família, não esqueceu sua raça, não esqueceu sua comunidade. Ester não deixou a ganância sepultar o valor insuperável das pessoas em relação às coisas.


Ø Mordecai e Ester naquele mundo de impiedades demonstraram o brilho da comunhão com Deus.

"Saiu, pois, Hataque à praça da cidade para encontrar-se com Mordecai à porta do rei. Mordecai lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido; como também a quantia certa da prata que Hamã prometera pagar aos tesouros do rei pelo aniquilamento dos judeus. Também lhe deu o traslado do decreto escrito que se publicara em Susã para os destruir, para que o mostrasse a Ester e a fizesse saber, a fim de que fosse ter com o rei, e lhe pedisse misericórdia, e, na sua presença, lhe suplicasse pelo povo dela. Tornou, pois, Hataque e fez saber a Ester as palavras de Mordecai. Então, respondeu Ester a Hataque e mandou-lhe dizer a Mordecai: Todos os servos do rei e o povo das províncias do rei sabem que, para qualquer homem ou mulher que, sem ser chamado, entrar no pátio interior para avistar-se com o rei, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva; e eu, nestes trinta dias, não fui chamada para entrar ao rei. Fizeram saber a Mordecai as palavras de Ester. Então, lhes disse Mordecai que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares na casa do rei, só tu escaparás entre todos os judeus. Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?" (Ester 4:6-14, RA)

Mordecai tinha uma plena confiança na providência de Deus. Ele sabia que Deus jamais abriria mão das suas promessas feitas a Abraão. Por isso ele confronta o temor de Ester que parece advogar uma ética pelo menor mal situado. Entendo a direção de seu padrasto, Ester pede oração para ir até a presença do rei.

Ø Mordecai e Ester naquele mundo de valores invertidos demonstraram a força ética da aliança com Deus. Especialmente Ester se colocou totalmente nas mãos de Deus.

"eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois, irei ter com o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci. Então, se foi Mordecai e tudo fez segundo Ester lhe havia ordenado." (Ester 4:16-17, RA)

Irmãos e irmã, Deus em sua providência nos conduz por um caminho onde temos a oportunidade de sermos instrumentos de propósitos nobres.

Um dia Ester esteve num palácio luxuoso. Ela era bela e rica, convenhamos, ela poderia muito bem ter se deixado amargar pelas agruras da pobreza e do exílio. Ela poderia ter lavado as mãos com o seu povo. Ela poderia ter abraçado toda a cultura mundana em beneficio próprio, mas ela não agiu assim. Pelo contrário, naquele momento de crise Ester e Mordecai viram uma oportunidade dada pela providencia de Deus para evidenciar valores de justiça numa sociedade decadente.

Irmãos e irmãs, nós estamos vivendo uma conjuntura tão crítica como aquela vivida por Ester e Mordecai. Vivemos dias onde os valores absolutos da Palavra de Deus estão sendo progressivamente rejeitados por um senso relativista, que serve apenas para exaltar as liberdades individuais, quiçá individualistas. Estamos vivendo a ditadura do resultado. Vivemos numa ambiência que idolatra o prazer pelo prazer. Não é fácil enfrentar esse sistema frontalmente rebelado e hostil aos princípios da aliança do Senhor. Quem se levantar contra este sistema de coisas, certamente será hostilizado, e de forma aberta ou velada será prontamente perseguido.

O que vamos fazer? Vamos nos esconder no castelo, usando uma identidade secreta, para ver o que acontece? O livro de Ester nos diz que claramente que não. Jamais devemos nos esconder. Temos que tomar a consciência que Deus nos colocou na atual conjuntura que vivemos, e se, decidirmos não fazer nada, Deus vai levantar outros e irá instrumentalizá-los com vistas aos seus propósitos. Isto posto, enfrentemos o mundo que existe pelo lado de fora da igreja, sem cair nos extremos do escapismo e do secularismo. A exemplo de Ester e Mordecai, sejamos instrumentos para resplandecer na sociedade os valores que transmitem: Sensibilidade – Compaixão – Santidade – Fidelidade. Procuremos, pois viver os frutos da presença e da operação do Espírito em nós, a saber:

"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei." (Gálatas 5:22-23, RA)

Procuremos focar nas coisas boas que o Espírito de Deus conserva nesse mundo, a saber:

"Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. " (Filipenses 4:8-9, RA)


Notemos ainda que:

                  III.                Deus em providência nos chama para viver neste mundo glorificando o Seu Nome.


No livro de Ester existem alguns detalhes pequenos que aos nossos olhos parecem insignificantes, contudo foram fundamentais para que Ester o Mordecai, juntamente com o povo alcançassem a vitória sobre os inimigos:

1.     A prudência e a maldade.  Diz o texto que "Ester não havia declarado ainda a sua linhagem e o seu povo, como Mordecai lhe ordenara; porque Ester cumpria o mandado de Mordecai como quando a criava." (Ester 2:20, RA). Agir com prudência naquele momento significaria muita coisa, senão uma afirmação de confiança na sabedoria de Deus que diz:

"Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo. Como pendentes e jóias de ouro puro, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento." (Provérbios 25:11-12, RA)  

Mordecai e Ester adotaram em terra estranha a sabedoria de Deus, e foi exatamente por causa da sabedoria, que Ester pode revelar a maldade de Hamã e salvar o seu povo. Tempos depois, quando o ódio de Hamã se revelou contra os judeus, ninguém da corte sabia que a rainha era judia. Porém, no dia em que o jantar foi oferecido ao rei, Ester apresentou o valor da sabedoria Deus, ao falar no momento certo em favor do seu povo. Por outro lado, Hamã ao saber que havia decretado a morte de sua própria rainha entrou em pânico. O rei, por sua vez possesso de ira, ordenou a morte de Hamã. Ora, Hamã havia feito uma forca para Mordecai, contudo este veio a ser o instrumento de sua própria morte. Como bem diz a sabedoria:

"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda." (Provérbios 16:18, RA)
"Antes da ruína, gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade." (Provérbios 18:12, RA)

2.     As sortes. Diz-nos o texto que "no primeiro mês, que é o mês de nisã, no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou o Pur, isto é, sortes, perante Hamã, dia a dia, mês a mês, até ao duodécimo, que é o mês de adar." (Ester 3:7-8, RA). As mãos dos homens laçaram sortes para matar o povo da aliança, mas Deus com sua invisível mão providente concedeu tempo necessário para que o povo pudesse ser salvo. Ou seja, aos olhos humanos em um prazo de um ano os judeus seriam exterminados, mas aos olhos de Deus, aquele tempo foi disposto para os judeus como um tempo decisivo para se viver piedosamente tomando parte, com ainda mais zelo na aliança com o Senhor.

3.     A falta de sono.  Numa certa noite o rei não conseguia dormir e para compensar aquelas horas, o rei decidiu ler as atas que relavam os seus feitos. Foi exatamente naquele momento que o soberano na Pérsia observou que nenhuma honra foi dada a Mordecai, que no passado havia ajudado a salvar a vida do rei. Naquele instante Hamã procurou a presença rei que perguntou:

"Entrou Hamã. O rei lhe disse: Que se fará ao homem a quem o rei deseja honrar? Então, Hamã disse consigo mesmo: De quem se agradaria o rei mais do que de mim para honrá-lo? E respondeu ao rei: Quanto ao homem a quem agrada ao rei honrá-lo, tragam-se as vestes reais, que o rei costuma usar, e o cavalo em que o rei costuma andar montado, e tenha na cabeça a coroa real; entreguem-se as vestes e o cavalo às mãos dos mais nobres príncipes do rei, e vistam delas aquele a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pela praça da cidade e diante dele apregoem: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar. Então, disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma as vestes e o cavalo, como disseste, e faze assim para com o judeu Mordecai, que está assentado à porta do rei; e não omitas coisa nenhuma de tudo quanto disseste. Hamã tomou as vestes e o cavalo, vestiu a Mordecai, e o levou a cavalo pela praça da cidade, e apregoou diante dele: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar." (Ester 6:6-11, RA)

4.     O coração do rei. Depois que todo o plano nefasto foi exposto, Hamã já havia sido morto, o Senhor dispôs o coração do rei e usou seu senso de justiça para salvar os judeus.  Diz-nos o texto que rei disse a Ester e Mordecai:

"Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele penduraram numa forca, porquanto intentara matar os judeus. Escrevei, pois, aos judeus, como bem vos parecer, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam não se podem revogar." (Ester 8:7-8, RA)

O Rei era um homem de coração instável. Ele não tinha problemas com culpa, afinal conseguia assinar um edito mandando matar, todo um povo para em seguida sentar-se a mesa para fazer uma refeição. Deus, contudo, usou o coração do rei em prol do seu povo, usando-o como instrumento de punição para Hamã e de livramento para os judeus.

Através destes pequenos detalhes, Deus em providência conduziu os seus filhos por um caminho de alegria e vitória. Nenhum desses acontecimentos esboçava sua tamanha importância, mas no fim revelaram que o desígnio da providência de Deus era para trazer paz ao coração dos seus filhos para a glória do seu próprio nome. Como bem disse: George Herbert: “O moinho de Deus moe devagar, mas com segurança”.

Ester e Mordecai entenderam que a vida deles deveria ser vivida para glorificar o nome de Deus. E a evidência disso é tão clara que no momento da vitória sobre os inimigos, diz o texto sagrado que:

"Mordecai escreveu estas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, ordenando-lhes que comemorassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos, como os dias em que os judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos pobres." (Ester 9:20-22, RA)

Depois de tudo o que devemos destacar nessas passagens é que o nome do Senhor já estava sendo glorificando através da vida de Ester e Mordecai, desde o momento em que eles se dispuseram a viver com fidelidade, prudência, coragem, fé e esperança na presença do Senhor. A festa de Purim, de certa forma começou, quando Ester e Mordecai entenderam que o nome de Deus devia ser exaltado seja qual fosse à circunstância.

Irmãos e irmãs, a única vida que vale a pena ser vivida é aquela onde o nome de Deus é glorificado e exaltado por sua sabedoria, majestade e poder. Quando reconhecemos essa operação maravilhosa da providência do Senhor em nossa história, decisivamente somos que constrangidos a exaltar sua grandeza e bondade. É para a glória do Senhor que celebramos datas importantes, como os aniversários, alguns cristãos marcam no calendário os grandes feitos de Deus e separam dias para dar graças ao Senhor. Fazemos todas essas coisas por que: Deus em providência chama para viver neste mundo glorificando o Seu Nome. Entretanto, não podemos perder de vista que, as celebrações pontuais são apenas o ponto de chegada, uma circunstância, que devem estar intimamente ligada com uma história de vida que glorifica e exalta a Deus. Viver para glória do Senhor é viver totalmente em submissão a vontade Daquele que governa todas as coisas, depositando toda a confiança em sua Palavra que diz:

"A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão." (Provérbios 16:33, RA)

"Por causa da transgressão da terra, mudam-se freqüentemente os príncipes, mas por um, sábio e prudente, se faz estável a sua ordem." (Provérbios 28:2, RA)

"Como ribeiros de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina." (Provérbios 21:1, RA)

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." (Romanos 8:28, RA)

"Salmodiai ao Senhor, vós que sois seus santos, e dai graças ao seu santo nome. Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã." (Salmos 30:4-5, RA)


Conclusão.


Diante de tudo que lemos podemos tirar algumas lições práticas:

1)    Através da sua providência Deus tanto nos disciplina, como também nos prova, nas aflições que Ele mesmo envia. Não que Deus precisa saber algo de nós, mas porque efetivamente nós precisamos ser provados, acrisolados e fortalecidos nas tribulações. Como dizia Benjamim Franklin: "As coisas que machucam, ensinam".

2)    Através da sua providência Deus nos usa como instrumentos de propósitos nobres em um mundo decadente. Sejamos, pois, sal da terra e luz do mundo, proclamando neste mundo tenebroso o Evangelho de Jesus Cristo.

3)    Por meio da sua providência, Deus nos chama para viver a única existência que agrega plenitude, a saber: A vida que glorifica o nome do Senhor. Como disse Paulo:

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." (1 Coríntios 10:31, RA)

Que Deus nos ajude!
 

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